Guia de Comunicação Cidadã

Princípios e orientações para criar comunicações mais simples, acessíveis e eficazes.
  1. 1

    Crie uma estrutura lógica e consistente

    1. 1.1

      Separe o texto em seções

    2. Resumo

      Dividir o texto em seções areja o documento e torna a leitura mais dinâmica e confortável.

    3. Explicação

      Uma mesma comunicação pode tratar de vários assuntos diferentes. Para evitar a aparência de um texto longo e maçante, separe o texto em seções, respeitando os pontos de parada naturais de cada assunto abordado. Dê a cada seção um título preciso e informativo. Essa separação deixa o documento mais arejado, e torna a leitura mais confortável.

      Você pode planejar as seções do seu texto antes mesmo de começar a escrever. Isso torna a escrita mais rápida, eficiente e assertiva. Mas você também pode separar um texto em seções durante a escrita ou depois de escrever, na etapa de revisão. Não tenha receio de fazer ajustes e alterações, quando forem necessários para tornar a comunicação ainda mais fácil. Por exemplo, sempre que identificar que um bloco de texto está muito grande, veja se é possível dividi-lo em parágrafos ou seções. Observe os pontos nos quais cada assunto começa ou termina para fazer essas separações de maneira natural, seguindo o ritmo do texto.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        3. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        4. Guias Orientadoras (sem data), de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público. Português. 5 páginas.

        5. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        6. Projetando para usuários com transtorno do espectro autista (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        7. Projetando para usuários com dislexia (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        8. Projetando para usuários que são deficientes auditivos ou surdos (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        9. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        10. Readability Guidelines ↗ (sem data).

    1. 1.2

      Pense na estrutura do seu texto antes de escrevê-lo

    2. Resumo

      Uma estrutura visível e coerente ajuda você a escrever em uma sequência lógica e ajuda quem lê a escanear o texto e encontrar rapidamente as informações que procura.

    3. Explicação

      Antes de ler um documento ou uma página na Internet, é comum escanear o texto. O formato do texto nos dá pistas importantes, como:

      • O gênero textual e o nível de dificuldade de leitura.
      • O tempo médio de leitura.
      • O assunto principal.

      Uma estrutura visível e coerente torna o texto mais fácil de escanear e faz com que a pessoa que lê possa navegar por ele de forma eficiente, buscando a informação de que precisa. Quanto maior o texto, mais importante é a estrutura.

      Algumas formas de tornar a estrutura do texto visível são:

      • Dividir o texto em blocos e seções, com títulos precisos e informativos.
      • Separar trechos longos de enumeração em listas e tópicos.
      • Incluir um sumário.
      • Incluir numeração de páginas.
    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        3. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        4. Guía de Lenguaje Claro: ¿Cómo podemos generar una comunicación simple, clara y efectiva entre el Estado y la ciudadanía? ↗ (2019), de Laboratorio de Gobierno do Chile. Espanhol. 92 páginas.

        5. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        6. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        7. 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data), de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Português. 1 página.

        8. Guias Orientadoras (sem data), de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público. Português. 5 páginas.

        9. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        10. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        11. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        12. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        13. Manual Judicial de Lenguaje Claro y Accesible a los Ciudadanos ↗ (2014), de Kenneth Garcés Trelles e Mariana Montes Bravo. Espanhol. 43 páginas.

        14. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

    1. 1.3

      Coloque as informações mais importantes no início

    2. Resumo

      As pessoas têm pouco tempo para ler. Por isso, dê destaque para as informações mais importantes e coloque-as no início do parágrafo, da seção ou do texto.

    3. Explicação

      Priorizar informações é uma das habilidades mais importantes para escrever documentos simples e acessíveis. É importante priorizar em todos os níveis. No nível da estrutura, decidimos o que incluir e o que deixar de fora da comunicação. No parágrafo, organizamos a ordem das frases, colocando logo no início a ideia mais importante. E, dentro das frases, aplicamos ferramentas de ênfase, como o negrito.

      Algumas perguntas são fundamentais para selecionar as informações mais importantes para uma comunicação:

      • Quem são as pessoas que vão ler esse texto?
      • O que essas pessoas já sabem sobre o assunto?
      • Que dúvidas essas pessoas podem ter?
      • Se eu pudesse escrever apenas uma frase para transmitir a mensagem desse texto, qual seria?

      Tente comunicar apenas uma ideia em cada parágrafo e frase. Sempre que possível, coloque a informação mais importante logo no início do texto, do parágrafo e da seção. Assim, mesmo as pessoas que têm contato com o texto por poucos segundos conseguem absorver alguma informação e decidir rapidamente se a leitura do texto é relevante para elas.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Devido à manutenção da rede elétrica, a repartição não funcionará no dia 12 de dezembro.

        Prefira: A repartição não funcionará no dia 12 de dezembro, devido à manutenção da rede elétrica.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        2. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        3. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        4. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

    1. 1.4

      Mantenha a consistência da formatação e do texto

    2. Resumo

      Uma comunicação consistente é previsível e facilita a leitura e a compreensão. A consistência deve existir tanto para elementos do formatação, como títulos e margens, quanto para elementos do texto, como palavras.

    3. Explicação

      Consistência significa usar sempre o mesmo elemento para a mesma função, tanto na formatação quanto no texto. Por exemplo, todos os títulos de um mesmo nível devem ser tratados da mesma forma, com o mesmo peso, cor e fonte.

      Imagem de uma página modelo, com texto fictício separado por três níveis de título. Cada título tem um tamanho e peso únicos.
      Esse é um exemplo de uma formatação consistente. Perceba que cada nível de título tem uma formatação diferente, variando em tamanho e peso, e que os títulos de mesmo nível compartilham a mesma formatação. Isso organiza a comunicação e deixa sua estrutura evidente para quem lê.

      Alguns outros exemplos de consistência na formatação são:

      • Usar sempre o mesmo tamanho e fonte para todas as legendas.
      • Manter a cor do texto constante em todo o documento.
      • Usar apenas um tipo de alinhamento para todo o texto.

      No texto, tente usar sempre a mesma palavra para o mesmo conceito. É importante fazer isso principalmente em textos que informam ou que dão instruções para as pessoas, porque elas podem escanear o texto buscando palavras específicas.

      Por isso, se o título de uma seção for, por exemplo, Recomendações para sua visita ao museu, evite se referir a visita como passeio, ida, ou saída. É claro que, às vezes, os sinônimos cumprem um papel importante, porque substituem repetições desnecessárias. Mas evite usá-los quando for possível eliminar a repetição usando pronomes ou reescrevendo a frase. Se for inevitável usar palavras diferentes para a mesma ideia, para manter a fluidez do texto, limite a quantidade e evite usar sinônimos diferentes a cada frase.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Você deve submeter o seu cadastro até o dia 15/09. A sua inscrição será avaliada pela Secretaria.

        Prefira: Você deve submeter o seu cadastro até o dia 15/09. Ele será avaliado pela Secretaria.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Projetando para usuários com transtorno do espectro autista (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        2. Projetando para usuários com baixa visão (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        3. Projetando para usuários com dislexia (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        4. Projetando para usuários que são deficientes auditivos ou surdos (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        5. Projetando para usuários de leitores de tela (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        6. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        7. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

        8. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        9. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        10. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        11. Manual Judicial de Lenguaje Claro y Accesible a los Ciudadanos ↗ (2014), de Kenneth Garcés Trelles e Mariana Montes Bravo. Espanhol. 43 páginas.

    1. 1.5

      Use estilos de texto

    2. Resumo

      Estilos de texto são ferramentas disponíveis em plataformas como o Word e o Google Docs. Com eles, é possível padronizar o documento e fazer alterações de forma rápida e controlada. Além disso, os leitores de tela dependem de estilos de texto para funcionar.

    3. Explicação

      Vários processadores de texto, como o Google Docs e o Word, permitem usar estilos de texto para padronizar o texto e automatizar alterações. Usando estilos de texto, sinalizamos para o computador os trechos que correspondem a títulos de nível 1, títulos de nível 2, corpo de texto, legendas, e assim por diante.

      Usar estilos de texto é fundamental para tornar o seu documento acessível. Os programas leitores de tela, usados por muitas pessoas cegas, com baixa visão ou com dislexia, dependem dos estilos para navegar pelo documento.

      Há, também, várias outras vantagens. Os estilos de texto permitem gerar sumários automáticos e fazer alterações em todo o documento com apenas um clique. Você pode, por exemplo, optar por mudar a cor ou o tamanho dos títulos de nível 1, e essa mudança será feita automaticamente para todos os trechos de texto que estão com esse estilo aplicado.

      Algumas dicas para usar estilos de texto da forma correta são:

      • Mantenha os estilos consistentes em todo o documento.
      • Nunca pule níveis da hierarquia. Por exemplo, não use um Título 3 logo após um Título 1.
      • Não use os estilos para indicar espaços em branco. Há ferramentas de espaçamento adequadas para isso.
    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        2. Projetando para usuários de leitores de tela (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        3. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

    1. 1.6

      Evite elementos decorativos

    2. Resumo

      A decoração não informa, mas pode ajudar a prender a atenção do seu público. Se esse for caso, use os elementos decorativos com moderação.

    3. Explicação

      Ao criar uma comunicação, foque nos elementos e conteúdos necessários para a transmissão da mensagem.

      Chamamos de decorativos elementos como:

      • Tipografias cursivas, manuscritas ou temáticas
      • Arabescos
      • Imagens e ícones abstratos ou não relacionados ao tema do texto
      • Bordas
      • Sombreamento

      Esses elementos não agregam informação, e podem confundir alguns leitores. Mas, às vezes, eles são importantes para tornar a comunicação atrativa. Se esse for o caso, não deixe que a decoração ofusque a informação. Use, por exemplo, transparência e cores suaves. Também é fundamental indicar, no texto alternativo da imagem, que se trata de um elemento decorativo.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Projetando para usuários com transtorno do espectro autista (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        2. Projetando para usuários com baixa visão (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        3. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        4. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

  2. 2

    Use modelos e referências com cuidado

    1. 2.1

      Não reaproveite textos escritos em outros momentos

    2. Resumo

      Quando usamos modelos, economizamos tempo, mas deixamos de planejar e pensar no nosso público-alvo. Também arriscamos publicar informações erradas ou desatualizadas.

    3. Explicação

      Buscar modelos, textos ou documentos parecidos com o que precisamos escrever ajuda a ganhar tempo e a ter um ponto de partida, mas é preciso ter cuidado.

      Primeiro porque, quando partimos de modelos feitos em outros momentos e contextos, podemos esquecer do nosso público-alvo e das necessidades específicas da comunicação que estamos redigindo. Além disso, quando reescrevemos trechos isolados ou colocamos novas informações, podemos criar erros e ambiguidades no texto sem perceber.

      A revisão é ainda mais fundamental quando trabalhamos assim. Confira principalmente dados importantes como datas, locais e horários.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

    1. 2.2

      Cite suas referências

    2. Resumo

      Sinalizar as referências usadas é uma maneira de ser transparente. Cite suas referências no meio do texto, e evite notas de rodapé ou notas de fim.

    3. Explicação

      Cite a fonte das informações que usou para construir seu texto, principalmente se ele for informativo. As referências ajudam quem lê a aprofundar seu conhecimento e permitem conferir dados e corrigir erros.

      É melhor inserir essas informações no meio do texto, usando palavras como Segundo ou De acordo. Recorra a notas de rodapé somente se o texto tiver muitas referências, como no caso de textos acadêmicos. Evite em todo caso as notas de fim, que podem complicar a navegação e dificultar a experiência de leitura. No final do documento, você pode inserir uma lista completa das referências usadas, com todas as informações para acesso.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Só aceitaremos documentos com reconhecimento de firma¹.

        Prefira: Só aceitaremos documentos com reconhecimento de firma, de acordo com as diretrizes estaduais.

    5. Ferramentas

      1. Organizadores de referências

          Zotero https://www.zotero.org/ ↗

    6. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

    1. 2.3

      Redobre os cuidados quando usar ferramentas de inteligência artificial

    2. Resumo

      Ferramentas de inteligência artificial economizam tempo, mas nem sempre garantem uma comunicação breve, correta e simples. Use-as apenas como ponto de partida, e edite e revise o texto com cuidado antes da publicação.

    3. Explicação

      Hoje em dia, há várias ferramentas e aplicativos que usam inteligência artificial para ajudar na escrita. Alguns exemplos são o ChatGPT e o Gemini. Essas ferramentas podem dar dicas de substituição de palavras e frases ou até mesmo gerar a primeira versão de uma comunicação.

      Quando usamos essas ferramentas, economizamos um tempo valioso, mas também precisamos tomar alguns cuidados. As informações dos textos gerados dessa forma nem sempre são corretas e precisas. Por isso, é fundamental editar e revisar a comunicação com ainda mais cuidado, para garantir sua veracidade e simplicidade antes da publicação.

    4. Referências

      1. Artigos e publicações
        1. ChatGPT in the Public Sector – overhyped or overlooked? ↗ (2023), de Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia. Inglês. 23 páginas.

      2. Manuais e guias
        1. ChatGPT and Artificial Intelligence in higher education: Quick start guide ↗ (2023), de Unesco. Inglês. 15 páginas.

  3. 3

    Torne a comunicação mais próxima e humana

    1. 3.1

      Use pronomes pessoais

    2. Resumo

      Usar palavras como "você" e "nós" deixa a comunicação mais simples, direta e humana.

    3. Explicação

      Falar diretamente com a pessoa que lê é uma maneira de deixar o texto mais simples e assertivo. Além disso, usar pronomes pessoais torna o texto mais próximo e humano, sem soar coloquial ou informal. Por isso, refira-se ao leitor e à leitora com a palavra você.

      Para falar da secretaria ou setor emissor da mensagem, você pode usar a palavra nós. Mas deixe sempre bem evidente no texto a quem o pronome se refere, para não criar nenhuma ambiguidade ou confusão.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: O cidadão deve enviar seus documentos dentro do prazo.

        Prefira: Você deve enviar seus documentos dentro do prazo.

      2. Ao invés de: A Secretaria de Educação aprovou o seu projeto para o próximo semestre.

        Prefira: Nós aprovamos o seu projeto para o próximo semestre.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        3. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        4. Readability Guidelines ↗ (sem data).

    1. 3.2

      Use linguagem inclusiva

    2. Resumo

      A linguagem inclusiva nos ajuda a escolher as palavras mais adequadas e precisas para falar com o público-alvo.

    3. Explicação

      A linguagem inclusiva orienta a escolha de palavras para promover a diversidade e o respeito à identidade das pessoas. Essas orientações acompanham as mudanças na sociedade, e por isso estão em constante transformação. Existem guias completos dedicados a esse assunto.

      Se você lida com um público específico, busque referências produzidas pelas pessoas com quem você quer falar. Isso é fundamental para escolher as melhores palavras e expressões para a sua comunicação.

      Algumas dicas básicas são:

      • Não use palavras no gênero masculino para se referir a um grupo de pessoas de vários gêneros. Substitua, por exemplo, homem por humanidade.
      • Não reduza as pessoas a doenças. Use termos como pessoa com epilepsia ao invés de epiléptico, por exemplo.
      • Não use a palavra especial ou excepcional para se referir a pessoas com deficiência.
      • Não use termos pejorativos.
      • Quando usar recursos visuais na sua comunicação, considere a diversidade representada nas imagens.
    4. Exemplos

      1. Ao invés de: O cidadão tem um papel fundamental na promoção da igualdade.

        Prefira: A pessoa cidadã tem um papel fundamental na promoção da igualdade.

      2. Ao invés de: Os gerentes decidiram interromper o trabalho.

        Prefira: A gerência decidiu interromper o trabalho.

    5. Ferramentas

      1. Guias de linguagem inclusiva

          Comunicação Inclusiva no Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia https://www.consilium.europa.eu/media/49074/2021_058_accessibility-inclusive-communication-in-the-gsc_pt_acces.pdf ↗

          Guia de Linguagem Inclusiva para Flexão de Gênero do Tribunal Superior Eleitoral https://www.tse.jus.br/++theme++justica_eleitoral/pdfjs/web/viewer.html?file=https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/arquivos/tse-guia-de-linguagem-inclusiva/@@download/file/Guia%20de%20Linguagem%20Inclusiva%20TSE_mar-2023.pdf ↗

    6. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        3. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

        4. Style Manual ↗ (sem data), de Governo Australiano. Inglês.

        5. Guía de Lenguaje Claro y Incluyente: mirada poblacional-diferencial y de género ↗ (sem data), de María Mercedes Jaramillo Garcés. Espanhol. 18 páginas.

    1. 3.3

      Use recursos visuais

    2. Resumo

      Recursos visuais são fundamentais para uma comunicação compreensível e adequada ao público-alvo. Lembre-se sempre de descrever as imagens.

    3. Explicação

      Imagens, ícones e gráficos são importantes para tornar a comunicação atrativa e dinâmica, mas também podem ajudar a transmitir ou a reforçar informações. Inclua conteúdos visuais sempre que achar importante para atingir o objetivo principal: criar uma comunicação mais fácil de ler e compreender.

      Evite inserir recursos visuais muito abstratos ou com funções apenas decorativas, que podem ofuscar a mensagem principal. Além disso, lembre-se de sempre descrever as imagens, principalmente quando forem essenciais para compreender a informação.

      Gráficos e tabelas

      Gráficos e tabelas podem ser muito mais efetivos do que texto para transmitir informações quantitativas ou estatísticas, mas é melhor evitá-los se o seu público incluir pessoas usuárias de leitores de tela. Como gráficos e tabelas organizam o texto de maneira não linear, alguns softwares não conseguem lê-los corretamente.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        2. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        3. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        4. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        5. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        6. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

        7. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        8. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        9. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        10. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

        11. Projetando para usuários com dislexia (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

      2. Sites
        1. Visual Law Library | a resource from Legal Design Lab ↗ (sem data). Inglês.

  4. 4

    Reduza a carga cognitiva da comunicação

    1. 4.1

      Use a voz ativa

    2. Resumo

      Frases escritas em voz ativa são mais fáceis de entender e evidenciam quem pratica a ação.

    3. Explicação

      Em uma frase escrita em voz ativa, o sujeito é quem realiza a ação. O contrário da voz ativa é a voz passiva, quando o sujeito da frase é quem sofre a ação.

      Frases escritas em voz ativa são mais fáceis de entender porque seguem uma ordem lógica e não sobrecarregam o leitor com inversões. Algumas pessoas precisam converter mentalmente a voz passiva em voz ativa para entender uma frase, o que dificulta a compreensão, mesmo quando fazem isso sem perceber.

      Escrever na voz ativa também deixa evidente quem faz o quê. Essa informação é importante, principalmente quando a comunicação orienta o público sobre como acessar um serviço ou direito.

      Embora a voz ativa seja preferida na linguagem simples, a voz passiva também tem o seu papel. Ela é muito importante quando não se sabe ou não se pode determinar o agente da ação, o que ocorre com frequência no campo jurídico. Além disso, ela é fundamental quando o foco da informação não está no sujeito agente, mas sim no sujeito paciente. Por isso, considere sempre o contexto da sua comunicação ao escrever.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Os documentos devem ser entregues na recepção.

        Prefira: Você deve entregar os documentos na recepção.

      2. Ao invés de: As dúvidas foram encaminhadas para o setor responsável.

        Prefira: A gerente encaminhou as dúvidas para o setor responsável.

      3. Ao invés de: Considerou-se intempestiva a solicitação.

        Prefira: A Diretoria considerou que a solicitação foi feita fora do prazo.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        2. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        3. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        4. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        5. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        6. Guias Orientadoras (sem data), de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público. Português. 5 páginas.

        7. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        8. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        9. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        10. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        11. Readability Guidelines ↗ (sem data).

    1. 4.2

      Use a ordem direta das frases

    2. Resumo

      Como a ordem direta é a ordem padrão das frases no Português, sua estrutura é lógica, familiar e mais fácil de entender.

    3. Explicação

      Escrever em ordem direta significa organizar os elementos da frase na ordem: sujeito -> verbo -> complemento. Como essa é a estrutura mais básica e padrão do Português, frases escritas nessa ordem são muito mais fáceis de entender para as pessoas falantes do idioma.

      Quando os elementos da frase são organizados de outras maneiras, quem lê precisa fazer uma inversão mental para compreender a informação. Por isso, escrever em ordem direta torna a comunicação mais eficiente.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Informação é o que buscam as pessoas.

        Prefira: As pessoas buscam informação.

      2. Ao invés de: Assinou o requerimento rapidamente a Secretária.

        Prefira: A Secretária assinou o requerimento rapidamente.

      3. Ao invés de: Com eficiência e transparência, os serviços públicos devem ser oferecidos à população.

        Prefira: Os serviços públicos devem ser oferecidos à população com eficiência e transparência.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        3. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        4. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        5. 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data), de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Português. 1 página.

        6. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        7. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        8. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        9. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

        10. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        11. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

    1. 4.3

      Escreva frases afirmativas

    2. Resumo

      Quem lê absorve primeiro a informação e, depois, a negação. Por isso, frases negativas demandam um esforço cognitivo adicional. Prefira frases afirmativas e evite combinar várias negações na mesma frase.

    3. Explicação

      Em português, há várias palavras que indicam uma negação. Algumas dessas palavras são: não, nenhum, nada e nunca. Ao ler uma frase com essas palavras, nosso cérebro considera, primeiro, a informação, e depois a negação. Esse processo cognitivo acontece mesmo quando a palavra negativa vem logo no início. Por isso, as frases com negações demandam um esforço extra para serem entendidas, e devem ser evitadas sempre que possível.

      Quando não puder evitar as frases negativas, evite combinar vários elementos de negação na mesma frase. Essa mistura pode criar sentidos imprevistos ou esconder uma informação afirmativa em uma frase complicada e difícil de entender. Lembre-se também que algumas palavras têm negações escondidas em prefixos como anti-, in- e des-.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Não esqueça de fazer sua inscrição até o dia 30 de novembro.

        Prefira: Faça sua inscrição até o dia 30 de novembro.

      2. Ao invés de: Não esqueça que você não poderá acessar o serviço às segundas-feiras.

        Prefira: O serviço só funciona de terça a domingo.

      3. Ao invés de: Ele não é inapto para o trabalho.

        Prefira: Ele é apto para o trabalho.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        3. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        4. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        5. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        6. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        7. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

    1. 4.4

      Evite substantivos formados a partir de verbos

    2. Resumo

      Substantivos como "solicitação", "adequação" e "recomendação" são formados a partir de verbos. Sempre que possível, substitua essas palavras pelo verbo original. Isso torna a ação mais direta e fácil de entender.

    3. Explicação

      No Português, existem vários substantivos formados a partir de verbos. Muitos deles fazem parte do nosso dia-a-dia no serviço público. Alguns exemplos são: solicitação, adequação, separação, recomendação, criação, pagamento, inscrição, programação, arquivamento e busca.

      O processo linguístico que transforma verbos em substantivos chama-se nominalização. Às vezes, usamos os substantivos nominalizados para tentar deixar um texto mais formal, usando verbos auxiliares. Por exemplo, é comum escrever fazer uma solicitação ao invés de solicitar.

      É uma boa prática usar o verbo original no lugar dos substantivos, sempre que possível. Isso torna as frases mais diretas, mais concretas e, muitas vezes, mais breves.

      Substitua:

      • Realizar a adequação por adequar
      • Fazer a separação por separar
      • Fazer uma recomendação por recomendar
      • Realizar um pagamento por pagar
      • Fazer a inscrição por inscrever
    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Preencha o formulário para fazer a solicitação de um novo documento.

        Prefira: Preencha o formulário para solicitar um novo documento.

      2. Ao invés de: Vá ao Caixa para realizar o pagamento da guia.

        Prefira: Pague a guia no Caixa.

      3. Ao invés de: A Secretaria de Estado da Cultura se dedica à preservação do Patrimônio Cultural do Espírito Santo.

        Prefira: A Secretaria de Estado da Cultura se dedica a preservar o Patrimônio Cultural do Espírito Santo.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        3. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        4. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        5. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        6. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        7. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        8. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        9. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

    1. 4.5

      Explicite condições e deveres

    2. Resumo

      É importante deixar explícitas informações como condições e obrigações do cidadão e da cidadã. Use a palavra "se" para as condições e o verbo "dever" para obrigações.

    3. Explicação

      As comunicações do serviço público muitas vezes servem para orientar o cidadão e a cidadã sobre seus direitos e deveres. Por isso, não tenha receio de deixar explícitas informações importantes, como condições e obrigações.

      Você pode explicitar condições usando a palavra se. Para obrigações, use a voz imperativa e verbos fortes, como dever. Além disso, comece sempre pela regra geral, e coloque as exceções com menor destaque.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: É importante que você compareça à Secretaria no dia indicado.

        Prefira: Você deve comparecer à Secretaria no dia indicado.

      2. Ao invés de: O não comparecimento à Secretaria terá como consequência o cancelamento da inscrição.

        Prefira: Se você não comparecer à Secretaria, sua inscrição será cancelada.

      3. Ao invés de: As pessoas que trabalham com o tema há mais de 5 anos não precisam apresentar certificado de conclusão de curso técnico, mas todas as outras pessoas devem fazê-lo.

        Prefira: Todas as pessoas devem apresentar certificado de conclusão de curso técnico, exceto as pessoas que trabalham com o tema há mais de 5 anos.

      4. Ao invés de: Para solicitar documentos deve-se enviar um e-mail para o endereço eletrônico documentos@arquivo.org.br. Nessa solicitação, deve-se constar o máximo de informações possíveis para facilitar a localização do documento.

        Prefira: Para solicitar documentos, envie um e-mail para documentos@arquivo.org.br. Inclua a maior quantidade de informações possível para facilitar a localização do documento.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

    1. 4.6

      Evite a ambiguidade

    2. Resumo

      Uma frase ambígua pode ser interpretada de várias maneiras, o que pode gerar erros e confusões. Para evitar a ambiguidade, prefira frases curtas e tente manter próximas as palavras relacionadas.

    3. Explicação

      Frases podem se tornar ambíguas por vários motivos. A primeira dica para evitar ambiguidades é evitar frases muito longas. Além disso, existem dois cuidados que você pode tomar para evitar confusões:

      Mantenha próximas as palavras relacionadas

      Evite inversões e mantenha sujeito e complemento próximos do verbo, seguindo a ordem direta sujeito → verbo → complemento. Mantenha também os adjetivos e advérbios próximos das palavras que eles modificam e preste atenção às vírgulas, que são fundamentais para explicitar o papel desses elementos na frase.

      Preste atenção aos pronomes

      Os pronomes são palavras que substituem outras palavras, usadas anteriormente. Deixe evidente, sempre que possível, a relação do pronome com a palavra à qual ele faz referência. Frases podem ficar confusas quando um pronome está muito distante da palavra que ele substitui, ou quando existe mais de uma palavra à qual ele pode se referir.

      A revisão é fundamental para resolver problemas de ambiguidade, principalmente quando envolve a leitura de outras pessoas, além da que escreveu o texto. Não tenha medo de reescrever trechos e experimentar outras maneiras de dizer a mesma coisa. Alguns problemas de ambiguidade só podem ser resolvidos com a reescrita ou a reestruturação.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: O laudo deve ser assinado pelo responsável usando caneta.

        Prefira: O laudo deve ser assinado à caneta pelo responsável.

      2. Ao invés de: O setor competente recebeu o pedido de informação. Ele será avaliado em até cinco dias.

        Prefira: O pedido de informação foi encaminhado ao setor competente, que o avaliará em até cinco dias.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        2. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        3. Manual Judicial de Lenguaje Claro y Accesible a los Ciudadanos ↗ (2014), de Kenneth Garcés Trelles e Mariana Montes Bravo. Espanhol. 43 páginas.

    1. 4.7

      Use exemplos

    2. Resumo

      Exemplos colocam a informação em contexto e facilitam o entendimento. É mais fácil explicar algumas ideias com exemplos do que com textos longos.

    3. Explicação

      Exemplos ajudam a transmitir informações com objetividade e contexto, economizando palavras. Eles são úteis principalmente se a sua comunicação tiver como objetivo dar instruções ou ensinar um conceito. Tente criar exemplos diversos e variados.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

  5. 5

    Facilite a navegação

    1. 5.1

      Seja breve

    2. Resumo

      Um texto breve respeita o tempo de quem lê e inclui apenas as informações essenciais. Para ser breve, planeje o texto pensando no seu público-alvo e revise para eliminar palavras desnecessárias.

    3. Explicação

      Um texto breve tem exatamente o tamanho que precisa ter, sem palavras ou parágrafos desnecessários. Não há uma quantidade de caracteres ideal, pois cada comunicação tem um público e um objetivo diferentes.

      Para ser breve, é essencial planejar e definir a estrutura da comunicação antes de começar a escrever. Você pode se perguntar, por exemplo: o que o meu público realmente precisa saber? Inclua na comunicação apenas as informações que respondem a essa pergunta.

      Na etapa de revisão, tente deixar a sua comunicação ainda mais enxuta, mas tenha cuidado para não alterar ou excluir informações importantes. Você pode, por exemplo:

      • Eliminar palavras desnecessárias, que não agregam informação. Alguns exemplos são as palavras Geralmente, Obviamente e Absolutamente.
      • Substituir palavras longas por sinônimos mais curtos e simples. Por exemplo, trocar utilizar por usar.
      • Optar pelo nome ou pelo símbolo dos números. Por exemplo, escrever 2 ou dois, nunca 2 (dois).

      A brevidade do texto não significa necessariamente que um documento terá poucas páginas, porque a quantidade de páginas também depende dos recursos visuais e das técnicas de formatação. Um texto breve e arejado, mesmo que com muitas páginas, é melhor do que um texto longo, apertado em uma página só. Se o documento for impresso, considere a economia de recursos e tente criar a formatação mais arejada possível dentro de um limite adequado de páginas.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: As solicitações que não tenham sido realizadas no prazo adequado serão indeferidas.

        Prefira: Não aceitaremos pedidos feitos fora do prazo.

      2. Ao invés de: O presente edital tem por objetivo a contratação de profissional especializado em tecnologia da informação.

        Prefira: O objetivo deste edital é contratar uma pessoa especialista em tecnologia da informação.

      3. Ao invés de: O Setor de Documentos Perdidos recebe, organiza e faz a devolução a seus titulares de documentos que foram encontrados no âmbito do transporte coletivo da Região Metropolitana da Grande Vitória.

        Prefira: O Setor de Documentos Perdidos recebe, organiza e devolve os documentos encontrados em terminais e transportes coletivos da Região Metropolitana da Grande Vitória.

      4. Ao invés de: As denúncias podem ser realizadas por telefone. As mesmas serão atendidas pela equipe de fiscalização.

        Prefira: As denúncias podem ser feitas por telefone. Elas serão atendidas pela equipe de fiscalização.

    5. Ferramentas

      1. Contador de caracteres

          Invertexto https://www.invertexto.com/contador-caracteres ↗

    6. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        3. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        4. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        5. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        6. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        7. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        8. 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data), de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Português. 1 página.

        9. Guias Orientadoras (sem data), de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público. Português. 5 páginas.

        10. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        11. Projetando para usuários com dislexia (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        12. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        13. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        14. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        15. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

        16. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        17. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        18. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        19. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

        20. Projeto GAIA ↗ (sem data). Português.

    1. 5.2

      Explique para onde os links levam

    2. Resumo

      Nomeie os links de forma específica e descreva a ação que será realizada pelo clique. Se o link levar a outro site ou a um download, deixe essa informação explícita e insira o formato e o tamanho do arquivo que será baixado.

    3. Explicação

      Os links são feitos de duas partes:

      • O endereço ou URL, que começa com www e termina com .com.br ou similares.
      • O nome, que é a forma como esse endereço aparece quem lê um texto.

      Para nomear links de forma adequada, descreva ou explique a ação que será realizada pelo clique. Não use, por exemplo, nomes genéricos como: Clique aqui, Saiba mais ou Leia mais. Pessoas que usam leitores de tela têm a opção de navegar apenas pelo links presentes em uma página, e nomes como esses podem ser difíceis ou impossíveis de entender sem o contexto que os acompanha.

      Se o link levar a outro site ou a um download, é importante sinalizar essa informação. Também é uma boa prática inserir o formato e o tamanho do arquivo que será baixado.

      Por fim, evite inserir vários links que levam para uma mesma ação, mesmo que separados por blocos de texto. Lembre que os leitores de tela criam listas de links, e nesse caso a lista será composta de vários links repetidos, o que pode gerar frustração em quem lê.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Clique aqui

        Prefira: Clique aqui para acessar o formulário de inscrição

      2. Ao invés de: Leia mais

        Prefira: Clique para continuar lendo a matéria

      3. Ao invés de: Clique para fazer download

        Prefira: Clique para fazer download do Relatório em PDF (1 MB)

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Projetando para usuários de leitores de tela (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        3. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        4. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        5. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        6. Projetando para usuários com baixa visão (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

    1. 5.3

      Use sumários e numeração de páginas

    2. Resumo

      Sumários e números de página são ferramentas de navegação muito úteis, principalmente para documentos extensos. Sempre que possível, inclua também a quantidade total de páginas do documento.

    3. Explicação

      Sumários e números de página são fundamentais para a navegação, tanto em documentos digitais quanto em documentos impressos. São recursos importantes porque permitem que o leitor ou a leitora:

      • Encontre rapidamente partes importantes.
      • Retorne ao texto de onde parou.
      • Coloque as páginas em ordem.
      • Referencie páginas em comunicações futuras.

      Para uma experiência de leitura mais simples e acessível, é muito importante usar sumários e numeração de página sempre que o documento tiver várias seções ou mais de uma página.

      Inclua também, quando possível, a quantidade total de páginas. Esse é um bônus que ajuda as pessoas a estimarem o tempo de leitura necessário.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        2. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        3. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        4. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

    1. 5.4

      Use títulos precisos e informativos

    2. Resumo

      Títulos ajudam quem lê a encontrar rapidamente informações relevantes. Por isso, crie títulos que descrevem adequadamente o assunto de cada seção.

    3. Explicação

      Divida o documento em seções com títulos precisos e informativos para ajudar as pessoas leitoras a identificarem rapidamente o assunto do texto e de cada seção.

      Para quem escaneia o texto, usa um leitor de tela ou acessa um sumário, os títulos são lidos como uma lista. Por isso, os títulos e subtítulos devem seguir uma ordem lógica, ter uma estrutura parecida e transmitir corretamente o assunto abordado na seção. Tente ser breve, mas evite palavras vagas, como Instruções, Documentos, ou Introdução.

      Além disso, prefira títulos afirmativos. Perguntas, apesar de didáticas, distanciam a informação mais importante do início da frase e podem inserir atrito na leitura.

      Na formatação dos títulos, também é preciso tomar alguns cuidados. Não escreva títulos com todas as letras maiúsculas, principalmente se forem longos. Letras maiúsculas costumam ser mais difíceis de distinguir e atrapalham a leitura. Prefira usar negrito, o tamanho e espaçamentos para diferenciar os títulos do restante do texto.

      Lembre-se de categorizar os títulos usando as ferramentas de estilos de texto, presentes em processadores de texto como Word ou Google Docs. Os estilos de texto são fundamentais para o funcionamento de softwares de leitura de tela, usados por pessoas cegas, com baixa visão ou com dislexia.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Instruções

        Prefira: Instruções para pedir uma nova via do boleto

      2. Ao invés de: Documentos

        Prefira: Documentos necessários para cadastro

      3. Ao invés de: Quais são os documentos essenciais para fazer o cadastro estudantil?

        Prefira: Documentos essenciais para o cadastro estudantil

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        3. Guias Orientadoras (sem data), de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público. Português. 5 páginas.

        4. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        5. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        6. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

        7. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        8. Style Manual ↗ (sem data), de Governo Australiano. Inglês.

        9. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        10. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        11. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

    1. 5.5

      Use negrito para ressaltar as ideias mais importantes

    2. Resumo

      O negrito é a ferramenta de ênfase mais indicada. Evite usar itálico e letras maiúsculas para destacar trechos e palavras, e use o sublinhado apenas para links.

    3. Explicação

      As ferramentas de ênfase são usadas para destacar trechos ou palavras do texto. Elas ajudam as pessoas a encontrarem ou a recuperarem rapidamente as informações mais importantes.

      Use sempre o negrito como ferramenta de ênfase. O itálico pode ser difícil de ler, pois altera o formato das letras. Trechos destacados com letras maiúsculas dificultam a leitura, poluem o texto e podem soar rudes em alguns contextos. O sublinhado, por fim, é usado convencionalmente para indicar links em documentos digitais, e não deve ser usado em outros casos.

      Ao invés de:

      INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA SUA VISITA

      Prefira:

      Informações importantes para sua visita

      Ao invés de:

      Você deve entregar os documentos até 15 de dezembro

      Prefira:

      Você deve entregar os documentos até 15 de dezembro

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        3. Projetando para usuários com dislexia (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        4. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        5. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

        6. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

    1. 5.6

      Use listas

    2. Resumo

      Sempre que existirem elementos em sequência, use uma lista vertical para separar visualmente todos os itens. Esse formato areja o texto e facilita a navegação e a compreensão.

    3. Explicação

      Listas e tópicos são facilmente identificáveis em blocos de texto, e por isso ajudam as pessoas a navegarem e a encontrarem informações importantes, como documentos necessários para uma inscrição ou passos para acessar um serviço. Esses elementos são ainda mais efetivos quando sabemos usar corretamente marcadores e ícones.

      Marcadores e ícones

      Use números como marcadores apenas quando a lista tiver um sentido de cronologia ou ordenação. Em outros casos, prefira letras do alfabeto ou marcadores gráficos, como setas, hífens ou bolinhas.

      Paralelismo

      Mantenha sempre o paralelismo entre os itens de uma lista. Isso significa que todos os itens devem começar da mesma maneira e encaixar na frase que inicia a lista de maneira gramaticalmente correta.

      Ao invés de:

      Você vai precisar de:

      • de uma tesoura
      • um lápis
      • de uma folha de papel

      Prefira:

      Você vai precisar de:

      • uma tesoura
      • um lápis
      • uma folha de papel
    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        3. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        4. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        5. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        6. Projetando para usuários com transtorno do espectro autista (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        7. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        8. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

        9. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        10. Style Manual ↗ (sem data), de Governo Australiano. Inglês.

        11. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        12. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        13. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

      2. Artigos e publicações
        1. 7 Tips for Presenting Bulleted Lists in Digital Content ↗ (2017), de Hoa Loranger e Nielsen Norman Group. Inglês.

    1. 5.7

      Insira um resumo

    2. Resumo

      Um resumo breve ajuda as pessoas a identificarem os principais pontos abordados e a decidirem se querem ler o texto completo.

    3. Explicação

      Se o seu texto for longo, é fundamental inserir no início um resumo que descreve o contexto geral e os principais assuntos ou informações abordados.

      O resumo deve ser breve. Recomendamos que ele tenha até 150 caracteres, mas esse tamanho sugerido varia de acordo com o tamanho total do texto e sua complexidade. Se for difícil resumir o texto em um parágrafo, você pode tentar criar um resumo breve para cada capítulo, por exemplo.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

  6. 6

    Escolha palavras e imagens concretas

    1. 6.1

      Evite expressões e figuras de linguagem

    2. Resumo

      Expressões idiomáticas e figuras de linguagem são dois recursos de comunicação que criam sentidos não literais e demandam um esforço de interpretação. Prefira palavras e frases precisas e próximas da realidade.

    3. Explicação

      Além de preferir palavras curtas e conhecidas, prefira também palavras precisas e concretas, próximas da realidade. Evite, por exemplo, as figuras de linguagem e as expressões idiomáticas.

      Figuras de linguagem

      As figuras de linguagem extrapolam os sentidos literais das palavras e são muito usadas na poesia e em textos literários. Alguns exemplos de figuras de linguagem são a metáfora, a metonímia, a hipérbole e o eufemismo. Elas demandam um esforço maior de interpretação, e podem dificultar a compreensão das pessoas.

      Uma exceção à essa orientação são as metáforas que já se tornaram muito comuns na nossa língua e que são mais usadas do que a palavra técnica para designar um objeto. Alguns exemplos são: céu da boca e braço do sofá. Esse fenômeno chama-se catacrese.

      Expressões idiomáticas

      As expressões idiomáticas são frases figuradas, com sentido consolidado pelo uso. Usamos muitas expressões em nosso dia-a-dia. Em um texto, elas podem ajudar a criar um tom de voz amigável e próximo. Apesar disso, é melhor evitá-las em comunicações simples e acessíveis, porque o afastamento da realidade pode dificultar a compreensão de algumas pessoas. Além disso, nem todas as expressões são conhecidas por todas as pessoas, e algumas podem ter significados um pouco diferentes em cada região do país.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: João esperava uma solução para o problema, mas ficou a ver navios.

        Prefira: João esperava uma solução para o problema, mas nada aconteceu.

      2. Ao invés de: Estamos morrendo de vontade de receber você aqui.

        Prefira: Estamos ansiosos para receber você aqui.

      3. Ao invés de: Mais de 322 mil pessoas moram na Ilha do Mel.

        Prefira: Mais de 322 mil pessoas moram em Vitória.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        2. Projetando para usuários que são deficientes auditivos ou surdos (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        3. Projetando para usuários com transtorno do espectro autista (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        4. Projeto GAIA ↗ (sem data). Português.

    1. 6.2

      Escolha imagens e ícones que representam objetos concretos

    2. Resumo

      Escolha imagens e ícones que tenham uma relação direta com a ideia que você quer comunicar. Evite recursos visuais em movimento, como GIFs.

    3. Explicação

      Ícones, ilustrações e fotografias podem ajudar o leitor a entender uma comunicação. Mas é importante escolher bem essas imagens.

      Como o objetivo é informar e ajudar na compreensão, prefira ícones, ilustrações e fotografias que representam objetos e eventos reais, e que possam ser associadas facilmente à ideia que você precisa comunicar. Imagens que têm um foco bem definido também são melhores do que imagens muito complexas, com vários elementos em igual nível de importância.

      Por exemplo, imagine que você precise ilustrar um comunicado sobre vacinação da população. Uma fotografia do ato de vacinar é a imagem ideal. Imagens de seringas, pessoas de jaleco ou postos de saúde são relacionadas ao tema de forma indireta, e por isso dificultam a compreensão. Essas imagens podem causar confusão ou demora para entender o objetivo da comunicação.

      Imagem das mãos de uma pessoa profissional de saúde, com luvas, aplicando uma vacina no braço de outra pessoa.
      A imagem ideal para ilustrar uma comunicação sobre vacinação é uma imagem como essa, com foco na ação de vacinar. (Foto de Frank Meriño).
      Imagem de várias seringas, dispostas de maneira aleatória sobre um fundo amarelo. A imagem dá destaque para a seringa que está em primeiro plano, com bastante desfoque no fundo.
      Essa imagem, por outro lado, permite várias interpretações. Ela pode ser sobre vacinação, compra de vacinas, criação de um novo imunizante, entre outros temas. Algumas pessoas também podem demorar a perceber que são seringas na imagem, já que elas estão dispostas de uma maneira que não costumamos ver no nosso dia-a-dia. (Foto de Karolina Grabowska).

      Considere também a familiaridade dessas imagens para o seu público. Alguns ícones são mais usados do que outros, e por isso são mais fáceis de identificar. Por exemplo, o ícone mais comum para indicar o salvamento de arquivos é um disquete, apesar desse item não fazer mais parte da vida cotidiana da maioria das pessoas.

      Por fim, se o seu texto for publicado na Internet, prefira utilizar imagens estáticas. Evite GIFs.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        2. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        3. Projeto GAIA ↗ (sem data). Português.

  7. 7

    Prefira o que é familiar para o seu público

    1. 7.1

      Use palavras conhecidas

    2. Resumo

      Escolher bem as palavras é fundamental para criar comunicações simples e acessíveis. Prefira as palavras que fazem parte do cotidiano do seu público, e explique o significado quando precisar usar palavras técnicas ou incomuns.

    3. Explicação

      Como regra geral, escreva usando palavras comuns, do dia-a-dia do seu público. Pense em quem vai ler o seu texto e quais são as palavras que essas pessoas costumam usar. Um texto escrito para especialistas em um assunto é diferente de um texto escrito para estudantes do ensino fundamental, por exemplo. Quando o seu público for muito amplo, escolha as palavras pensando nas pessoas que podem ter mais dificuldade.

      Evite jargões e palavras estrangeiras ou antigas

      Uma sugestão que vale para todos os grupos é evitar estrangeirismos, jargões e palavras muito antigas. Até mesmo as pessoas especialistas preferem textos mais breves e simples, porque essas pessoas costumam ter pouco tempo e muitas coisas para ler.

      Use palavras técnicas com consciência

      Algumas palavras técnicas e pouco conhecidas cumprem uma função importante, porque transmitem a informação de forma rápida e precisa. Quando for importante usar o termo técnico, tente explicá-lo logo depois, na primeira vez que ele aparece no texto.

      É preferível inserir as definições no meio do texto, porque assim quem lê não precisa ir e voltar entre seções para entender a mensagem. Mas, se você precisar usar várias definições, você pode inserir uma seção de glossário na sua publicação. Nesse caso, não inclua definições de termos que você não usou.

      Ao escrever a explicação de um termo, seja breve e insira apenas as informações que são relevantes para a sua comunicação.

      Siglas

      As siglas causam muitas dúvidas. A regra geral é sempre usar o termo por extenso no primeiro uso e abreviar apenas as palavras ou frases que aparecem muitas vezes no seu documento. Mas há exceções! Algumas siglas, como DNA, no contexto da ciência, e CLT, no contexto do trabalho, são amplamente utilizadas. Essas siglas não precisam de explicação na maioria dos textos, e trazê-las por extenso pode até mesmo atrapalhar a comunicação. Uma dica para saber se a sigla é de uso comum é checar se ela está no dicionário.

      Mesmo quando uma sigla é conhecida ou está no dicionário, algumas pessoas podem não saber o seu significado. Saber o que significa DNA vai além de saber que a sigla surge da palavra ácido desoxirribonucleico. Por isso, considere inserir uma explicação, mesmo nesses casos, quando fizer sentido para o seu público.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: Vamos implementar as mudanças na última etapa.

        Prefira: Vamos colocar em prática as mudanças na última etapa.

      2. Ao invés de: Ela foi admitida ao hospital com embolia pulmonar.

        Prefira: Ela foi admitida ao hospital com embolia pulmonar, que é o bloqueio de um vaso do pulmão.

      3. Ao invés de: A solicitação do serviço é gratuita. No entanto, o atendimento fica condicionado à disponibilidade orçamentária e financeira da Secretaria no atual exercício.

        Prefira: Você pode solicitar o serviço gratuitamente, mas a execução dependerá do orçamento disponível para a Secretaria.

    5. Ferramentas

      1. Bancos de palavras

          CorPop – Corpus de referência do português popular do Brasil https://www.ufrgs.br/textecc/porlexbras/corpop/lista.php ↗

    6. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        3. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        4. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        5. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        6. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        7. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        8. 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data), de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Português. 1 página.

        9. Guias Orientadoras (sem data), de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público. Português. 5 páginas.

        10. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        11. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        12. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        13. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        14. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        15. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.

        16. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        17. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        18. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        19. Protocolo de Lenguaje Claro ↗ (2021), de Instituto Nacional de Vias da Colômbia. Espanhol. 10 páginas.

        20. Manual Judicial de Lenguaje Claro y Accesible a los Ciudadanos ↗ (2014), de Kenneth Garcés Trelles e Mariana Montes Bravo. Espanhol. 43 páginas.

        21. Projeto GAIA ↗ (sem data). Português.

      2. Artigos e publicações
        1. Technical Jargon ↗ (2023), de Kate Moran e Nielsen Norman Group. Inglês.

    1. 7.2

      Pontue o texto com vírgula e ponto final

    2. Resumo

      A vírgula e o ponto final são os sinais de pontuação mais básicos, e são suficientes para a escrita cotidiana.

    3. Explicação

      Você provavelmente sabe que os sinais de pontuação podem mudar completamente o sentido de uma frase. Isso mostra a importância de usá-los corretamente, principalmente quando precisamos transmitir uma informação de maneira eficiente.

      Embora todos os sinais de pontuação sejam importantes e tenham usos específicos, prefira usar apenas a vírgula e o ponto final. Esses são os sinais de pontuação mais básicos e essenciais, porque representam os dois principais tipos de pausa. A vírgula indica uma pausa curta, e o ponto, uma pausa longa.

      Outros sinais de pontuação, como ponto-e-vírgula, parênteses, travessão e barras podem causar dúvidas, ambiguidades e dificuldades de compreensão do texto, principalmente para leitores menos experientes. Além disso, alguns desses sinais podem ser interpretados de forma errada por leitores de tela.

      Casos especiais de uso da barra

      No dia-a-dia, muitas vezes usamos a barra para indicar simultaneidade ou igualdade entre duas palavras. Dizemos, por exemplo: usuário/a, atriz/cantora, algo/alguém. Na maioria desses casos, não precisamos da barra, e podemos substituí-la pela palavra e, deixando a frase mais limpa e simples.

      Outro uso muito comum é a expressão e/ou. Nesse caso, podemos optar apenas pelo e ou pelo ou, dependendo do sentido da frase. Se o sentido for de alternância, use ou. Se o sentido for de adição, use e.

    4. Exemplos

      1. Ao invés de: O usuário/a do serviço

        Prefira: A pessoa usuária do serviço

      2. Ao invés de: Compareça ao serviço com seu RG e/ou CNH.

        Prefira: Compareça ao serviço com seu RG ou CNH.

      3. Ao invés de: Qualquer cidadão/cidadã pode utilizar os serviços da Biblioteca.

        Prefira: Qualquer pessoa pode usar a Biblioteca.

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        2. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

    1. 7.3

      Imprima usando formatos e materiais convencionais

    2. Resumo

      Imprima em papel de cor clara, no formato A4, e encaderne com espiral.

    3. Explicação

      No Brasil, os formatos mais comuns para impressão são os formatos do padrão A, como A4 e A5. Prefira usar esses formatos porque os papéis são fáceis de encontrar e vários objetos e utensílios do nosso dia-a-dia, como pastas e escaninhos, estão adaptados a eles.

      Para manter o alto contraste entre texto e fundo, prefira sempre papéis de cores claras, e imprima o texto em preto ou cinza-escuro.

      Quando encadernar documentos, prefira métodos que facilitam o manuseio, como espiral.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

  8. 8

    Preocupe-se com a legibilidade e a leiturabilidade

    1. 8.1

      Use alto contraste entre texto e fundo

    2. Resumo

      Alto contraste significa que duas cores têm luminosidades muito diferentes. O alto contraste ajuda a distinguir o texto do fundo e aumenta a legibilidade, mas um contraste excessivo pode cansar o olhar.

    3. Explicação

      Para que seu texto seja legível, deve existir alto contraste entre o texto e o fundo. O fundo deve ser neutro, sem imagens ou texturas. Sobreposições de texto e imagem dificultam a leitura.

      Um exemplo de formatação com alto contraste muito comum no nosso dia-a-dia é o fundo branco do papel e o texto impresso em preto. Branco e preto são cores com luminosidades opostas, por isso conseguimos distinguir uma da outra com muita facilidade. O contraste entre elas é tão alto que a leitura de um texto muito longo nessa formatação pode até cansar o olhar.

      Limites ao alto contraste

      Apesar de buscarmos sempre o alto contraste, há casos em que precisamos ajustá-lo, porque muito contraste pode causar fadiga visual, ou o cansaço do olhar. Algumas cores, quando combinadas, criam uma vibração que pode incomodar algumas pessoas ou dificultar a leitura por muito tempo. Isso costuma acontecer com as cores opostas no círculo cromático, como verde e vermelho ou amarelo e roxo. Evite essas combinações, mas, se precisar usá-las, tente fazer pequenos ajustes na luminosidade e na saturação das cores para diminuir a sensação de vibração.

      A combinação de preto e branco, embora comum, também pode ser cansativa para textos longos ou textos lidos em telas, devido ao brilho dos aparelhos. Quando possível, principalmente em documentos digitais, tente diminuir levemente o contraste. Você pode optar por um cinza-claro para o fundo e um cinza bem escuro para o texto, por exemplo.

    4. Ferramentas

      1. Verificação de contraste de cor

          ColourContrast https://colourcontrast.cc ↗

          Cor Hexa https://corhexa.com/verificador-contraste ↗

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Criando documentos digitais acessíveis ↗ (2020), de Tribunal de Contas da União. Português. 35 páginas.

        2. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

        3. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        4. Informação para todos: regras europeias para fazer informação fácil de ler e de perceber ↗ (sem data), de Inclusion Europe. Português. 44 páginas.

        5. Guia de acessibilidade cromática para daltonismo: princípios para profissionais da indústria criativa ↗ (2021), de Thiovane Pereira. Português. 31 páginas.

        6. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        7. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        8. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        9. Projetando para usuários com baixa visão (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

      2. Artigos e publicações
        1. 5 Visual Treatments that Improve Accessibility ↗ (2022), de Kelley Gordon e Nielsen Norman Group. Inglês.

        2. 7 Things Every Designer Needs to Know about Accessibility ↗ (2015), de Jesse Hausler. Inglês.

    1. 8.2

      Não separe informações em linhas diferentes

    2. Resumo

      Quebras na continuidade podem dificultar a leitura de pessoas com dislexia. Por isso, não separe informações importantes como datas, nomes e endereços. Também evite hifenizar o texto.

    3. Explicação

      Textos informativos costumam incluir dados e informações importantes, como nomes, endereços, números de telefone, datas, códigos postais e medidas. Para evitar confusões, tente manter esses elementos sempre na mesma linha de texto.

      Também evite usar hífens para separar palavras em linhas diferentes. Quebrar palavras dificulta a leitura de todas as pessoas, porque interrompe o fluxo de leitura em um ponto que não é natural. Pessoas com dislexia, em especial, são prejudicadas por esse tipo de quebra.

      Usar hífens para quebrar palavras pode ser importante quando usamos o alinhamento justificado, porque assim é possível controlar melhor os espaços entre as palavras e a quantidade de letras em uma linha. Mas lembre-se que é melhor evitar esse tipo de alinhamento. O alinhamento à esquerda é o mais recomendado. Esse tipo de alinhamento não precisa de quebras de palavras para criar uma experiência de leitura confortável.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        2. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

    1. 8.3

      Escolha bem a tipografia

    2. Resumo

      A escolha da tipografia é essencial para uma boa experiência de leitura. Como regra geral, prefira tipografias sem serifa e com desenhos simples, e evite tipografias manuscritas ou decorativas.

    3. Explicação

      A tipografia, também chamada de fonte, é o desenho das letras que lemos. Uma boa experiência de leitura depende da tipografia, além de outros aspectos como o espaçamento entre letras e entre linhas, o tamanho das margens e a largura da coluna de texto.

      Existem várias tipografias, para vários contextos diferentes. Em comunicações simples e acessíveis, o ideal é escolher fontes sem serifa, com letras legíveis e que diferenciam as letras com formatos parecidos, para evitar confusões. Evite fontes cursivas, decorativas ou com desenhos muito complexos.

      As serifas são extensões das extremidades das letras. Nessa imagem, a tipografia da esquerda não tem serifas. A tipografia da direita é serifada, e as serifas estão destacadas.
      Tipografias manuscritas imitam a escrita cursiva, à mão, como no exemplo da esquerda. As tipografias decorativas ou temáticas usam formas e desenhos irregulares para expressar sensações. Essas tipografias também são úteis, mas não são adequadas para leituras extensas e dificultam a acessibilidade.

      Também é importante observar a largura das letras. Letras muito estreitas ou muito largas prejudicam a leitura.

      Se o seu documento precisar seguir a formatação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), você deve usar as fontes Arial ou Times New Roman. Prefira a Arial, que é uma fonte sem serifa.

      Nem sempre você terá tempo para escolher uma tipografia do zero. A Assistant e a IBM Plex Sans são duas tipografias que você pode usar na sua comunicação. Elas seguem todas ou a maior parte das orientações de acessibilidade.

      Como identificar boas tipografias

      Existem alguns detalhes mais específicos que podem ajudar a escolher uma tipografia acessível.

      Prefira tipografias com aberturas maiores

      Em tamanhos pequenos, letras com traços que quase se encostam podem parecer borradas, dificultando a legibilidade. Letras de referência: c, a e e.

      Os traços verdes indicam o tamanho da abertura da letra. Letras mais abertas, como as da direita, são mais fáceis de ler do que letras muito fechadas.
      Prefira tipografias com ascendentes e descendentes bem destacados

      Várias letras do nosso alfabeto têm traços que estendem a forma da letra para cima ou para baixo. Chamamos esses traços de ascendentes e descendentes. Eles são importantes para a leiturabilidade, porque ajudam a distinguir as letras e a identificar a forma das palavras. Letras de referência: l, p, q, d, b, k e y.

      A parte inferior da letra j minúscula é um exemplo de descendente. A parte superior da letra d minúscula é um exemplo de ascendente.
      Evite tipografias com letras espelhadas

      Algumas letras do nosso alfabeto têm formatos muito parecidos, mas em posições e ângulos diferentes. Evite as tipografias que aproveitam o mesmo desenho para todas essas letras, e prefira as que inserem pequenas diferenças entre elas. Isso melhora a leiturabilidade, principalmente de pessoas com dislexia. Letras de referência: b, d, q e p.

      Prefira tipografias que diferenciam o desenho de letras com formatos parecidos

      A letra I maiúscula e a letra L minúscula são exemplos de letras com formatos muito similares. Prefira as tipografias que diferenciam esses desenhos, para evitar ambiguidades. Letras de referência: i, I e l; a e o.

      Ilha é uma boa palavra para testar a diferença entre as letras I maiúscula e L minúscula, que podem ser facilmente confundidas. Nessa imagem, a fonte usada na palavra mais à esquerda acentua ao máximo essa diferença, inserindo terminais na letra I e uma curva sutil na letra l. A fonte usada na palavra do meio diferencia as letras sutilmente, pela altura e pela curvatura. A fonte usada na palavra mais à direita não faz diferença entre as letras.
      Na fonte usada na palavra mais à direita dessa imagem, as letras a e o têm um desenho quase igual. Prefira fontes como a usada na palavra da esquerda, que diferenciam o formato da letra a.

      Uma última dica: ao escolher uma tipografia, é muito importante observar se ela contém letras características do Português, como o cedilha e as letras acentuadas. Algumas tipografias são projetadas para outras línguas. A maioria dos sites de busca, como o Google Fonts, permite filtrar a busca para encontrar apenas tipografias adaptadas ao Português.

      Tamanho de letra

      Não existe uma medida sugerida para o tamanho da letra, porque isso depende de vários fatores, como o público-alvo, o formato da comunicação, os recursos disponíveis e a distância na qual o texto será lido. Mas, como regra geral, prefira tamanhos maiores, principalmente para tornar a comunicação mais acessível a pessoas com baixa visão ou outras dificuldades.

      Se tiver tempo, faça testes, inclusive com pessoas do seu público-alvo, para garantir que o tamanho está adequado. Lembre-se que o tamanho da letra também impacta na quantidade de caracteres por linha e nos espaçamentos entre linhas e entre parágrafos.

    4. Ferramentas

      1. Tipografias acessíveis

          Assistant https://fonts.google.com/specimen/Assistant?query=assistant ↗

          IBM Plex Sans https://fonts.google.com/specimen/IBM+Plex+Sans?query=ibm+plex ↗

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        2. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        3. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        4. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

        5. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        6. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

    1. 8.4

      Alinhe o texto à esquerda

    2. Resumo

      O alinhamento à esquerda é ideal porque fixa os pontos de início de cada linha de texto e cria espaçamentos regulares entre as palavras.

    3. Explicação

      No Português, a leitura é feita da esquerda para a direita. Como o texto costuma fluir em várias linhas, uma embaixo da outra, é mais fácil ler quando há um ponto comum para o início de cada frase, à esquerda. Essa consistência é importante para a leitura de todas as pessoas, mas especialmente para pessoas com campo de visão estreito.

      Espaçamentos adequados entre as palavras também facilitam a leitura. Os espaços devem ser suficientes para que as pessoas possam distinguir as palavras, mas pequenos o suficiente para que o olhar possa ir de uma palavra a outra sem muito esforço.

      AlinhaEsquerda.png
      Alinhamento à esquerda

      O alinhamento à esquerda é o tipo de alinhamento mais indicado para textos simples e acessíveis porque ajuda a atingir esses dois objetivos. É fácil entender a importância do alinhamento à esquerda quando o comparamos com os outros tipos de alinhamento.

      Alinhamento justificado

      O alinhamento justificado fixa o ponto de início e de fim de cada linha, tornando o documento mais organizado na opinião de muitas pessoas. Mas, ao fixar esses pontos, esse alinhamento estica os espaços entre as palavras, às vezes gerando buracos que dificultam a leitura. O uso do hífen, que poderia ajudar a resolver esse problema, não é recomendada, pois gera quebras entre as palavras. É muito difícil controlar esses espaços sem um programa especializado em diagramação de textos, além de conhecimento e muito tempo. Por isso, evite o alinhamento justificado.

      AlinhaJustificado.png
      Alinhamento justificado
      Alinhamento à direita

      O alinhamento à direita fixa apenas o ponto em que as linhas terminam. Assim, a cada nova linha, o nosso olho precisa buscar um novo ponto de início, causando muito atrito na leitura. Evite o alinhamento à direita, principalmente para textos longos.

      AlinhaDireita.png
      Alinhamento à direita
      Alinhamento centralizado

      O alinhamento centralizado gera pontos inconstantes de início e de fim de cada linha. Como o alinhamento à direita, deve ser evitado para textos longos.

      AlinhaCentro.png
      Alinhamento centralizado
    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        2. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        3. Projetando para usuários com dislexia (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        4. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

    1. 8.5

      Separe os parágrafos com espaços em branco

    2. Resumo

      Evite o recuo na primeira linha dos parágrafos e prefira separá-los com espaços em branco. O tamanho do espaço pode ser parecido com a altura da entrelinha.

    3. Explicação

      Para diferenciar um parágrafo do outro, use espaços em branco entre eles, ao invés do recuo na primeira linha. Essa técnica mantém a consistência do ponto de início de cada frase. Como resultado, o bloco de texto fica mais arejado e fácil de ler.

      Imagem de duas páginas brancas lado a lado, com texto sem significado, dividido em três parágrafos. Na página da esquerda, os parágrafos estão sinalizados por um recuo à esquerda. Na página da direita, há uma linha em branco que separa cada parágrafo.
      Quando separamos os parágrafos com linhas em branco, como na página da direita dessa imagem, o bloco de texto fica muito mais arejado e convida à leitura. Essa é a maneira mais recomendada de separar os parágrafos em documentos simples e acessíveis. O recuo só deve ser usado quando a economia de espaço for muito importante.

      O espaço em branco entre parágrafos pode ter um tamanho parecido com o da entrelinha. Evite usar um espaço muito exagerado, pois leitores com campo de visão limitado podem perder a sequência da informação.

      Use o recuo no início dos parágrafos apenas quando for preciso limitar a quantidade de páginas usadas. Nesse caso, use um recuo grande, facilmente distinguível.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        2. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        3. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

    1. 8.6

      Use margens de 2,5 cm

    2. Resumo

      Margens adequadas dependem de vários fatores, mas o tamanho de 2,5 cm é uma boa medida para a maioria dos documentos cotidianos.

    3. Explicação

      As margens de um documento cumprem várias funções importantes. Elas emolduram o texto e ajudam a controlar a quantidade de letras em cada linha, para uma leitura confortável. Além disso, aumentam a usabilidade do documento quando impresso, oferecendo um espaço para o manuseio do papel sem atrapalhar a leitura. Esse espaço também é útil para a encadernação.

      O tamanho adequado para as margens varia com o propósito do documento, o formato do papel, o tamanho da tipografia, o espaço das entrelinhas, entre outros fatores. O tamanho sugerido é de 2,5 cm, e você pode usar essa medida para a maioria dos documentos cotidianos. Se for necessário ajustar as margens, considere a recomendação de manter o tamanho das linhas entre 60 e 80 caracteres.

      As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para as margens são ligeiramente diferentes. Se o seu documento precisa seguir a formatação da ABNT, não tem problema. Formate segundo a ABNT e tente seguir as outras orientações desse Guia quando for possível.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

    1. 8.7

      Organize o texto em uma coluna

    2. Resumo

      Em textos com múltiplas colunas, pode ser difícil encontrar os pontos de início e de fim do texto.

    3. Explicação

      Ao formatar o documento, prefira usar apenas uma coluna. A coluna única ajuda as pessoas a entenderem facilmente o fluxo do texto e a não se perderem durante a leitura.

      Se for inevitável usar várias colunas, garanta uma separação adequada entre elas, com bastante espaço e, se possível, uma linha divisória. Uma dica para acertar o espaço entre as colunas é deixá-lo menor do que a margem do documento, mas maior do que o espaçamento entre os parágrafos. Você também pode usar ícones ou outros elementos que indiquem onde o texto começa e onde ele termina.

      Posicione imagens sempre entre parágrafos, nunca interferindo no fluxo do texto.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        2. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        3. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

    1. 8.8

      Escreva entre 60 e 80 caracteres por linha

    2. Resumo

      Linhas de texto que têm entre 60 e 80 caracteres são mais confortáveis de ler. Linhas muito longas demandam movimentos corporais desnecessários, e linhas muito curtas criam muitas quebras no ritmo de leitura.

    3. Explicação

      O tamanho de cada linha de texto é uma variável essencial para tornar a leitura confortável.

      O ideal é que apenas os nossos olhos se movam enquanto lemos. Se a linha for longa demais, pode ser necessário mover o pescoço ou a cabeça para acompanhar a leitura. Pessoas com mobilidade limitada podem ter ainda mais dificuldades nesse caso. Além disso, em linhas muito longas, o fim de cada linha fica distante do início da próxima, e isso pode fazer leitores e leitoras se perderem ou pularem trechos sem perceber. Linhas curtas demais, por sua vez, provocam uma quebra constante no ritmo de leitura.

      Em ambos os casos, a leitura fica cansativa. Por isso, tente escrever entre 60 e 80 caracteres por linha, incluindo os espaços. Se precisar usar menos ou mais caracteres em casos específicos, considere o limite mínimo de 45 caracteres e o limite máximo de 90 caracteres.

      Para contar os caracteres em uma linha de texto, você pode usar uma ferramenta online. Além disso, a maioria dos processadores de texto também já inclui essa funcionalidade. No Google Docs, é só selecionar a linha de texto e clicar em `Ferramentas -> Contagem de palavras. No Microsoft Word, a contagem de palavras aparece na barra inferior, no canto esquerdo. Clique no texto para acessar uma janela que mostra também a contagem de caracteres.

      Nos manuais e guias sobre acessibilidade, tipografia e diagramação de textos, é possível encontrar várias medidas sugeridas para o tamanho das linhas. Isso acontece porque o tamanho ideal depende de vários fatores, como o tipo de comunicação, a quantidade de colunas, o tamanho das margens e o tamanho da tipografia. Por isso, considere essa medida com flexibilidade e leve em conta a orientação geral de evitar linhas muito longas ou muito curtas. Um bom teste é ler o texto e observar se ele está cansativo ou quebrado demais.

    4. Ferramentas

      1. Contador de caracteres

          Invertexto https://www.invertexto.com/contador-caracteres ↗

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        2. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        3. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

  9. 9

    Apresente o conteúdo em vários formatos

    1. 9.1

      Não dependa das cores para transmitir informações

    2. Resumo

      Algumas pessoas enxergam cores com distorções. Por isso, não use apenas a cor como elemento para transmitir informações importantes, principalmente em gráficos e tabelas.

    3. Explicação

      Cores tornam a comunicação atrativa e, às vezes, também são usadas para transmitir informações. Mas lembre-se que algumas pessoas enxergam cores com distorções. Além disso, muitos documentos são impressos em preto, branco e tons de cinza.

      Por isso, nunca dependa apenas das cores para fins informativos. Links inseridos em um documento PDF, por exemplo, podem ser coloridos para se destacarem e para passar a informação de que são elementos interativos. Mas, para não depender apenas da cor, insira também o sublinhado, que é uma convenção para links no meio digital.

      Cores também podem ter funções informativas em gráficos e tabelas. Nesses casos, você pode usar legendas, texturas ou símbolos para complementar e repetir a informação. Se precisar usar duas cores para indicar que dois elementos de um gráfico são diferentes, use cores bem distantes no círculo cromático, como roxo e amarelo, ou cores com luminosidades diferentes.

      Para ter certeza de que o uso de cor está acessível, tente visualizar sua comunicação em preto e branco e verifique se as informações continuam fazendo sentido.

      É possível converter um documento para preto, branco e tons de cinza em programas de visualização de PDF, como o Adobe Acrobat. Programas mais especializados, como o Adobe Photoshop e o Adobe Illustrator, também dão ferramentas para visualizar a arte com filtros para os vários tipos de daltonismo.

    4. Ferramentas

      1. Simulação de daltonismo

          Coblis https://www.color-blindness.com/coblis-color-blindness-simulator/ ↗

          ColorLite Lens – Simulador https://www.pt.colorlitelens.com/images/tesztek/simulator/index.html ↗

      2. Testes de daltonismo

          ColorLite Lens – Testes https://www.pt.colorlitelens.com/teste-de-daltonismo.html#TEST ↗

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        2. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        3. Projetando para usuários com baixa visão (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        4. Guia de acessibilidade cromática para daltonismo: princípios para profissionais da indústria criativa ↗ (2021), de Thiovane Pereira. Português. 31 páginas.

        5. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 52 páginas.

        6. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022), de Juliana Bueno e outras autoras. Português. 49 páginas.

        7. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        8. Projeto GAIA ↗ (sem data). Português.

      2. Artigos e publicações
        1. 5 Visual Treatments that Improve Accessibility ↗ (2022), de Kelley Gordon e Nielsen Norman Group. Inglês.

        2. 7 Things Every Designer Needs to Know about Accessibility ↗ (2015), de Jesse Hausler. Inglês.

    1. 9.2

      Descreva imagens, vídeos e interações

    2. Resumo

      Imagens com descrição são acessíveis para programas leitores de tela. Para escrever uma boa descrição, considere o propósito da imagem na comunicação.

    3. Explicação

      Para criar comunicações digitais acessíveis, precisamos considerar não só o que aparece na tela, mas também a maneira como os computadores e programas interpretam as informações.

      Os programas leitores de tela, por exemplo, só conseguem acessar e ler informações textuais. Por isso, quando usar imagens, lembre-se sempre de descrevê-las. Descrever uma imagem nada mais é do que traduzir a imagem em texto, levando em conta o seu objetivo na comunicação.

      Descrição da imagem: foto de uma mulher negra escrevendo à lápis. Ela veste uma camisa branca e um blazer bege, e usa fone de ouvido com microfone. (Foto de Antoni Shkraba)

      A descrição da imagem pode ser inserida de três maneiras:

      • No texto principal da comunicação
      • Como legenda
      • Como texto alternativo

      A descrição inserida no texto principal ou na legenda da imagem fica visível na comunicação. A descrição inserida como texto alternativo não fica visível, mas é usada por leitores de tela. O texto alternativo também pode ser usado por ferramentas de busca e pode aparecer quando uma imagem não carregar.

      Como inserir texto alternativo

      O Word e o Google Docs fornecem um campo de texto alternativo para as imagens inseridas em um documento. No Google Docs, você pode acessar esse campo clicando na imagem e depois nos botões Inserir -> Opções da Imagem. No Word, a opção Texto alternativo aparece na barra superior, sempre que uma imagem está selecionada.

      O texto alternativo também pode ser inserido nas imagens diretamente no código HTML, usando o atributo alt. Toda imagem deve ter um atributo alt, ainda que esse campo esteja vazio. Quando vazio, esse campo sinaliza que o leitor de tela deve desconsiderar aquela imagem. Essa é uma forma de lidar com imagens decorativas, por exemplo.

      Como escrever uma boa descrição

      A descrição deve cumprir um papel parecido com o da imagem na comunicação. Por isso, ao escrever, considere o propósito da imagem e avalie a quantidade de detalhes que você precisa incluir. Em geral, recomenda-se uma descrição sucinta, sem adjetivos e opiniões pessoais, mas há casos em que você pode precisar de descrições mais detalhadas. Para decidir, pense sempre no que a pessoa leitora precisa saber, e na maneira como a imagem se relaciona com o texto.

      Ao inserir a descrição como texto alternativo também é importante evitar redundâncias. O texto alternativo não precisa repetir as informações que já estão no texto principal.

      Você não precisa descrever imagens que têm o único propósito de tornar a comunicação mais atrativa, sem agregar nenhuma informação ou nuance à experiência de leitura. Nesse caso, se estiver usando HTML, mantenha a tag alt vazia.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Criando documentos digitais acessíveis ↗ (2020), de Tribunal de Contas da União. Português. 35 páginas.

        2. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        3. Projetando para usuários de leitores de tela (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

    1. 9.3

      Adapte o conteúdo para outros formatos sempre que possível

    2. Resumo

      Cada formato diferente da sua comunicação é um público a mais que pode ser impactado. Várias ferramentas tecnológicas podem ajudar a fazer essa adaptação de forma precisa, segura e rápida.

    3. Explicação

      Para ampliar as formas de acesso ao conteúdo, faça adaptações para outros formatos sempre que possível, considerando opções em texto, vídeo e áudio.

      Se o seu conteúdo for um texto, crie uma versão em áudio. Se o seu conteúdo principal for em formato de áudio, lembre-se de acrescentar transcrições. Se for um vídeo, lembre-se de incluir legendas e audiodescrição.

      Essas variações de formato não são tão difíceis de produzir. Hoje em dia, há várias ferramentas que podem gerar uma versão adaptada do conteúdo de forma fácil e rápida. Mas lembre-se sempre de revisar o conteúdo em todos os formatos. Dependendo da ferramenta e do tipo de conteúdo com o qual você está trabalhando, também pode ser necessário checar licenças e regulamentos.

    4. Ferramentas

      1. Tradução de português para libras

          VLibras https://www.gov.br/governodigital/pt-br/vlibras ↗

      2. Conversão de áudio em texto

          Transkriptor https://transkriptor.com/pt-br/ ↗

      3. Conversão de texto em áudio

          SpeechGen https://speechgen.io/pt/ ↗

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.

        2. Projetando para usuários com dislexia (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        3. Projetando para usuários que são deficientes auditivos ou surdos (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        4. Projetando para usuários de leitores de tela (sem data), de HomeOffice.gov.uk. Português.

        5. Readability Guidelines ↗ (sem data).

  10. 10

    Revise e teste

    1. 10.1

      Cheque todos os links

    2. Resumo

      Conteúdos digitais não são permanentes e podem ficar indisponíveis. Se a sua comunicação contém links, é importante checá-los de vez em quando.

    3. Explicação

      Quando estiver revisando uma comunicação, dê especial atenção para elementos interativos. Clique em todos os links para checar se estão corretos e se continuam no ar.

      Se o seu texto ficar online e disponível para leitura por muito tempo, entre de vez em quando para conferir se todos os links continuam ativos e funcionais.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

    1. 10.2

      Revise o documento

    2. Resumo

      É sempre possível melhorar uma comunicação. Por isso, invista tempo na revisão e inclua outras pessoas da sua equipe ou do seu público-alvo nessa etapa.

    3. Explicação

      A revisão é um passo fundamental para chegarmos a uma comunicação simples e acessível. Como estamos aprendendo conceitos novos e mudando hábitos de escrita, nem sempre conseguimos seguir os novos aprendizados no primeiro rascunho. Além disso, a opinião de outras pessoas é fundamental para sabermos que estamos atingindo nosso objetivo.

      Algumas técnicas interessantes para a revisão são:

      • Pedir que outra pessoa leia o texto e explique o que entendeu.
      • Reler depois de um período de descanso.
      • Ler em voz alta.
      • Incluir pessoas do público-alvo na revisão.

      Revise várias vezes e de várias formas, dentro do tempo que você tem. Quanto maior o público da comunicação, mais importante é a fase de revisão. Imagine este cenário: você está escrevendo um documento para orientar as pessoas candidatas a um processo seletivo da Secretaria em que você trabalha. Você estima que 20.000 pessoas podem ter interesse nessa seleção. Se alguma das orientações estiver confusa, quantas ligações diárias a Secretaria poderá receber para esclarecimentos?

      Se o documento for revisado antes da publicação e a confusão gerada por essa etapa específica for corrigida, o processo será muito mais eficiente e rápido para todas as pessoas envolvidas, inclusive para você.

    4. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        3. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        4. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        5. 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data), de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Português. 1 página.

        6. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        7. Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.

        8. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.

        9. Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.

        10. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        11. Readability Guidelines ↗ (sem data).

        12. Protocolo de Lenguaje Claro ↗ (2021), de Instituto Nacional de Vias da Colômbia. Espanhol. 10 páginas.

        13. Manual Judicial de Lenguaje Claro y Accesible a los Ciudadanos ↗ (2014), de Kenneth Garcés Trelles e Mariana Montes Bravo. Espanhol. 43 páginas.

        14. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data), de MinHacienda da Colômbia. Espanhol. 28 páginas.

    1. 10.3

      Teste a acessibilidade e a simplicidade da comunicação

    2. Resumo

      Teste a comunicação com pessoas do seu público-alvo. Ferramentas digitais gratuitas podem ajudar nesse processo.

    3. Explicação

      É muito importante testar um documento para verificar se ele está realmente simples e acessível.

      A fase de testes é especialmente importante se a comunicação for destinada a um grande número de pessoas. Alguns erros são difíceis ou custosos de corrigir após a publicação.

      Algumas formas de testar seu documento são:

      • Peça para pessoas que fazem parte do público-alvo lerem a comunicação. Faça perguntas para checar se entenderam a mensagem e peça ideias de melhorias.
      • Converta as cores do documento para preto e branco para verificar o contraste entre as informações.
      • Use leitores de tela gratuitos para conferir se documentos digitais em PDF ou textos publicados na Web estão sendo lidos corretamente.

      Na seção Ferramentas desta página, você encontra alguns sites e aplicativos que podem ajudar a fazer uma avaliação ainda mais completa da acessibilidade.

      Se o seu texto for publicado na Web, você também pode utilizar o Google Analytics, comentários e estatísticas do site para entender se as pessoas estão lendo e entendendo a sua comunicação.

    4. Ferramentas

      1. Leitores de tela

          DOSVOX http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/ ↗

          NVDA https://www.nvaccess.org/download/ ↗

    5. Referências

      1. Manuais e guias
        1. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.

        2. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.

        3. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.

        4. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.

        5. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.

        6. Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.

        7. 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data), de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Português. 1 página.

        8. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.

        9. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.

        10. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.

        11. Readability Guidelines ↗ (sem data).

      2. Artigos e publicações
        1. 5 Visual Treatments that Improve Accessibility ↗ (2022), de Kelley Gordon e Nielsen Norman Group. Inglês.

Referências

    Manuais e guias

  1. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos digitais para o público de baixa visão ↗ (2022) , de Juliana Bueno e outras autoras . Português. 49 páginas.

  2. Guia de recomendações para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos para o público de baixa visão ↗ (2022) , de Juliana Bueno e outras autoras . Português. 52 páginas.

  3. Criando documentos digitais acessíveis ↗ (2020) , de Tribunal de Contas da União . Português. 35 páginas.

  4. Informação para todos: regras europeias para fazer informação fácil de ler e de perceber ↗ (sem data) , de Inclusion Europe . Português. 44 páginas.

  5. Guia de acessibilidade cromática para daltonismo: princípios para profissionais da indústria criativa ↗ (2021) , de Thiovane Pereira . Português. 31 páginas.

  6. Apostila do curso Linguagem Simples no Setor Público ↗ (2020) , de 011.Lab de São Paulo . Português. 73 páginas.

  7. Como formular e implementar iniciativas públicas a partir da experimentação? ↗ (2021) , de 011.Lab de São Paulo . Português. 42 páginas.

  8. 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data) , de 011.Lab de São Paulo . Português. 2 páginas.

  9. Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data) , de 011.Lab de São Paulo . Português. 21 páginas.

  10. Make it Easy: A guide to preparing Easy to Read information ↗ (2011) , de Accessible Information Working Group . Inglês. 44 páginas.

  11. 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data) , de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico . Português. 1 página.

  12. Style Manual ↗ (sem data) , de Governo Australiano . Inglês.

  13. Five Steps to Plain Language ↗ (sem data) , de Center for Plain Language . Inglês.

  14. Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021) , de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul . Português. 108 páginas.

  15. Redigir com clareza ↗ (2015) , de Comissão Europeia . Português. 16 páginas.

  16. Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data) , de Departamento Nacional de Planeación . Espanhol. 52 páginas.

  17. Acessibilidade para editais (sem data) , de Eduardo Cardoso, Felipe Monteiro e Thiovane Pereira . Português.

  18. Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016) , de Gespública . Português. 12 páginas.

  19. Manual de estilo de lenguaje claro (2016) , de Gobierno de Aragón . Espanhol. 90 páginas.

  20. Protocolo de Lenguaje Claro ↗ (2021) , de Instituto Nacional de Vias da Colômbia . Espanhol. 10 páginas.

  21. Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021) , de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará . Português. 35 páginas.

  22. Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021) , de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará . Português. 16 páginas.

  23. Manual Judicial de Lenguaje Claro y Accesible a los Ciudadanos ↗ (2014) , de Kenneth Garcés Trelles e Mariana Montes Bravo . Espanhol. 43 páginas.

  24. Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021) , de Lab.MG . Português. 69 páginas.

  25. Guía de Lenguaje Claro: ¿Cómo podemos generar una comunicación simple, clara y efectiva entre el Estado y la ciudadanía? ↗ (2019) , de Laboratorio de Gobierno do Chile . Espanhol. 92 páginas.

  26. Guias Orientadoras (sem data) , de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público . Português. 5 páginas.

  27. Manual de Aplicação: Oficinas de Simplificação v.01 (sem data) , de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público . Português. 25 páginas.

  28. Guía de Lenguaje Claro y Incluyente: mirada poblacional-diferencial y de género ↗ (sem data) , de María Mercedes Jaramillo Garcés . Espanhol. 18 páginas.

  29. Écrire pour être lu ↗ (sem data) , de Michel Leys . Francês. 84 páginas.

  30. Guía Metodológica Lenguaje Claro ↗ (sem data) , de MinHacienda da Colômbia . Espanhol. 28 páginas.

  31. Projetando para usuários com baixa visão (sem data) , de HomeOffice.gov.uk . Português.

  32. Projetando para usuários com deficiência física ou motora (sem data) , de HomeOffice.gov.uk . Português.

  33. Projetando para usuários com dislexia (sem data) , de HomeOffice.gov.uk . Português.

  34. Projetando para usuários com transtorno do espectro autista (sem data) , de HomeOffice.gov.uk . Português.

  35. Projetando para usuários de leitores de tela (sem data) , de HomeOffice.gov.uk . Português.

  36. Projetando para usuários que são deficientes auditivos ou surdos (sem data) , de HomeOffice.gov.uk . Português.

  37. Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019) , de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá . Inglês. 88 páginas.

  38. Manual Lenguaje Ciudadano (sem data) , de Secretaría de la Función Pública do México . Espanhol. 80 páginas.

  39. Lenguaje Claro: manual ↗ (2007) , de Secretaría de la Función Pública do México . Espanhol. 80 páginas.

  40. Readability Guidelines ↗ (sem data) .

  41. Projeto GAIA ↗ (sem data) . Português.

  42. ChatGPT and Artificial Intelligence in higher education: Quick start guide ↗ (2023) , de Unesco . Inglês. 15 páginas.

    Podcasts

  1. Pelo direito de entender: lei no Ceará garante informações compreensíveis ↗ (sem data) , de Cearenseando . Português.

  2. O uso da Linguagem simples na Administração Pública ↗ (sem data) , de Controle na Escuta . Português.

  3. Three Fresh Ways to Get Serious About Plain Language ↗ (sem data) , de Health Comm Central . Inglês.

  4. Linguagem Simples ↗ (sem data) , de Se Liga – Comunicação Pessoal . Português.

  5. Why plain language is such an important skill ↗ (sem data) , de The Detail . Inglês.

    Artigos e publicações

  1. Regras do jogo linguagem simples ↗ (sem data) , de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico . Português. 16 páginas.

  2. Trilha de formação – Comunicação Simples e Efetiva ↗ (sem data) , de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico . Português.

  3. Solucionática: Escrita Simplificada de Editais (2022) , de Aline Evers e Maria José Bocorny Finatto . Português.

  4. Relatório de atividades da Oficina “Escrita Simplificada de Editais no Serviço Público" (2022) , de Aline Evers e Maria José Bocorny Finatto . Português.

  5. The Importance of Clarity: Impacts of Colombia’s “Lenguaje Claro” Program on Reducing Administrative Burdens ↗ (2019) , de Ana Cuesta, Angela Reyes e Benjamin Roseth . Inglês.

  6. Plain language and professional writing: A research overview ↗ (2017) , de Andreas Nord . Inglês.

  7. Plain Language in Sweden, the Results After 30 Years ↗ (2004) , de Barbro Ehrenberg-Sundin . Inglês.

  8. Plain language: Using design elements for clear communication ↗ (2021) , de Ema Naito . Inglês.

  9. The Easy Finnish Indicator 2.0 (2022) , de Finnish Centre for Easy Language . Inglês. 18 páginas.

  10. Clear, Concise, and Convenient: The Importance of Plain Language ↗ (2021) , de Gianna Barnhart . Inglês.

  11. Política Estadual de Linguagem Simples ↗ (2022) , de Governo do Ceará . Português. 6 páginas.

  12. Compreensibilidade em textos de e-gov: uma análise exploratória da escrita do INSS ↗ (2019) , de Heloisa Fischer e outras autoras . Português. 11 páginas.

  13. Linguagem e amor ao outro: contribuições do movimento linguagem simples para uma cultura de solidariedade ↗ (2019) , de Heloisa Fischer . Português. 6 páginas.

  14. A linguagem simples no legislativo: três exemplos sul-americanos ↗ (2019) , de Heloisa Fischer, Claudia Mont'alvão e Erica dos Santos Rodrigues . Português. 3 páginas.

  15. Fator facilitador ou barreira para cidadãos acessar em e serviços: o papel do texto em governo eletrônico ↗ (2019) , de Heloisa Fischer, Claudia Mont'alvão e Erica dos Santos Rodrigues . Português. 16 páginas.

  16. Impactos da linguagem simples na compreensibilidade da informação em governo eletrônico: o caso de um benefício do INSS ↗ (2021) , de Heloisa Fischer . Português. 263 páginas.

  17. 7 Tips for Presenting Bulleted Lists in Digital Content ↗ (2017) , de Hoa Loranger e Nielsen Norman Group . Inglês.

  18. Progressive Disclosure ↗ (2006) , de Jakob Nielsen e Nielsen Norman Group . Inglês.

  19. 7 Things Every Designer Needs to Know about Accessibility ↗ (2015) , de Jesse Hausler . Inglês.

  20. Technical Jargon ↗ (2023) , de Kate Moran e Nielsen Norman Group . Inglês.

  21. Low-Contrast Text is Not the Answer ↗ (2015) , de Katie Sherwin e Nielsen Norman Group . Inglês.

  22. 5 Visual Treatments that Improve Accessibility ↗ (2022) , de Kelley Gordon e Nielsen Norman Group . Inglês.

  23. Plain Language & Legal Design ↗ (2015) , de Margaret Hagan . Inglês.

  24. Acessibilidade textual e terminológica ↗ (2022) , de Maria José Bocorny Finatto e Liana Braga Paraguassu . Português. 247 páginas.

  25. Matriz para Análise de um Texto ↗ (2020) , de Guia de Edição de Serviços do Gov.br . Português. 2 páginas.

  26. Onboarding Tutorials vs. Contextual Help ↗ (2023) , de Page Laubheimer e Nielsen Norman Group . Inglês.

  27. Projeto Hidrologiquês: A Jornada da ANA com Linguagem Simples ↗ (2022) , de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico . Português. 3 páginas.

  28. Graphic aspects of complex texts: Typography as macropunctuation ↗ (1980) , de Robert Waller . Inglês. 12 páginas.

  29. Graphic Literacies for a Digital Age: The Survival of Layout ↗ (2012) , de Robert Waller . Inglês. 29 páginas.

  30. The Influence of Macrotypography on the Comprehensibility of Texts in Easy-to-Read Language: an empirical study ↗ (2020) , de Sabina Sieghart . Inglês. 24 páginas.

  31. Challenges for Screen-Reader Users on Mobile ↗ (2023) , de Tanner Kohler e Nielsen Norman Group . Inglês.

  32. How Screen-Reader Users Type on and Control Mobile Devices ↗ (2023) , de Tanner Kohler e Nielsen Norman Group . Inglês.

  33. Web Accessibility and People with Dyslexia: A Survey on Techniques and Guidelines ↗ (sem data) , de Vagner Figueredo de Santana e outros autores . Português.

  34. Cognitive Disabilites Part 1: We Still Know Too Little, and We Do Even Less ↗ (2013) , de WebAIM . Inglês.

  35. ChatGPT in the Public Sector – overhyped or overlooked? ↗ (2023) , de Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia . Inglês. 23 páginas.

    Sites

  1. What is the difference between accessible, usable, and universal design? ↗ (sem data) . Inglês.

  2. Writing in Easy Finnish ↗ (sem data) . Inglês.

  3. Plain Swedish language ↗ (sem data) . Inglês.

  4. Plain English Campaign ↗ (sem data) . Inglês.

  5. The Simplification Centre ↗ (sem data) .

  6. Red de Lenguaje Claro Argentina ↗ (sem data) .

  7. LABX - Centro para a Inovação no setor Público ↗ (sem data) .

  8. Red de Lenguaje Claro – Chile ↗ (sem data) .

  9. Linguagem Simples - IRIS | Laboratório de Inovação e Dados ↗ (sem data) .

  10. Rede de Lenguaje Claro Colombia ↗ (sem data) .

  11. Plain language | NZ Digital government ↗ (sem data) . Inglês.

  12. Content Style Guide - Canada.ca ↗ (sem data) . Inglês.

  13. Visual Law Library | a resource from Legal Design Lab ↗ (sem data) . Inglês.

  14. UX Writing: Study Guide | Nielsen Norman Group ↗ (sem data) . Inglês.

  15. Plain Language Tools | National Archives ↗ (sem data) . Inglês.

  16. International Plain Language Federation ↗ (sem data) . Inglês.

  17. Plain language around the world - Plain Language Association International (PLAIN) ↗ (sem data) . Inglês.

Sobre o projeto

Guia de Comunicação Cidadã

O Guia de Comunicação Cidadã é uma iniciativa do LAB.ges, com financiamento da Fundação de Apoio a Pesquisa do Espírito Santo (FAPES) e apoio do Governo do Estado do Espírito Santo. É uma ferramenta online e gratuita que reúne técnicas e orientações de Linguagem Simples e Design Acessível para ajudar servidores e servidoras a criarem comunicações mais simples, acessíveis e eficazes.

Victoria Pianca fez a pesquisa e a redação e Werllen Castro fez o design gráfico e o desenvolvimento do site.

Sobre o processo de criação do Guia

O Guia foi desenvolvido ao longo de 2023. A primeira fase de desenvolvimento foi uma pesquisa em mais de 80 publicações, em 4 idiomas. Nessa fase, também entrevistamos servidoras e servidores, para entender mais sobre o dia-a-dia de trabalho e as principais dúvidas durante a escrita, e pessoas que deram cursos e capacitações sobre esses temas, para entender as características essenciais de um material didático de apoio.

Como resultado da pesquisa, percebemos que o formato ideal para o Guia seria um site. Em comparação com os PDFs, o site:

  • amplia a acessibilidade, porque permite customizar parâmetros, como escolher o fundo claro ou escuro.
  • pode ser totalmente responsivo e adaptar-se facilmente a vários tamanhos de tela, inclusive de smartphones e tablets.
  • permite a busca e várias formas de conexão entre os conteúdos.

Percebemos, também, que ainda não existiam, em Português, publicações em formato de site que articulassem as orientações de Linguagem Simples e Design Acessível com igual importância.

Na segunda fase do projeto, organizamos em uma planilha as 720 orientações de Linguagem Simples e Design Acessível encontradas durante a pesquisa. Nessa etapa, foi possível perceber os temas e as dicas que mais aparecem nos manuais e guias. Essas 720 orientações foram, depois, reduzidas a 132 orientações únicas, que foram a base do conteúdo do Guia. Aprofundamos a pesquisa e agrupamos essas orientações para chegar na estrutura atual, de 46 orientações agrupadas em 10 princípios.

Na terceira fase, desenvolvemos a arquitetura e o layout do site. Além disso, redigimos cada item das orientações e relacionamos com as referências e ferramentas relevantes. Revisamos todo o site várias vezes e testamos com algumas pessoas antes de entregá-lo aos servidores e servidoras, em conjunto com o LAB.ges. No futuro, o Guia pode se transformar, acompanhando as sugestões de melhorias do seu público, para se tornar uma ferramenta cada vez mais útil no dia-a-dia do serviço público no Espírito Santo.

Conheça todas as referências do Guia de Comunicação Cidadã

LAB.ges

O Laboratório de Inovação na Gestão (LAB.ges) faz parte da Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) do Governo do Espírito Santo. Tem o objetivo de estimular a inovação na gestão, transformar a cultura e criar soluções para os desafios do governo, incluindo servidoras e servidores nesses processos de experimentação e desenvolvimento.

Acompanhando os avanços globais, o LAB.ges pesquisa Linguagem Simples e Design Acessível desde 2018. Durante esse tempo, desenvolveu soluções que envolvem cursos de formação e capacitação e, junto com diferentes órgãos do governo, fez a simplificação e reformulação de editais e outras comunicações. Além disso, fomenta a formação de multiplicadores dentro e fora do governo, possibilitando a continuidade e replicação desse movimento.

Conheça o LAB.ges e suas iniciativas

Expediente

Realização

Governo do Estado do Espírito Santo
José Renato Casagrande

Vice-Governadoria
Ricardo de Rezende Ferraço

Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos
Marcelo Calmon Dias

Subsecretaria de Inovação na Gestão
Davi Amorim Salgueiro

Gerência de Inovação na Gestão
Nara Falqueto Caliman

Execução

Organização Técnica
Nara Falqueto Caliman
Breno Santiago Holanda
Douglas Paiva da Silva

Autoria
Victoria Pianca
Werllen Castro