Princípios > Prefira o que é familiar para o seu público
Use palavras conhecidas
Explicação
Como regra geral, escreva usando palavras comuns, do dia-a-dia do seu público. Pense em quem vai ler o seu texto e quais são as palavras que essas pessoas costumam usar. Um texto escrito para especialistas em um assunto é diferente de um texto escrito para estudantes do ensino fundamental, por exemplo. Quando o seu público for muito amplo, escolha as palavras pensando nas pessoas que podem ter mais dificuldade.
Evite jargões e palavras estrangeiras ou antigas
Uma sugestão que vale para todos os grupos é evitar estrangeirismos, jargões e palavras muito antigas. Até mesmo as pessoas especialistas preferem textos mais breves e simples, porque essas pessoas costumam ter pouco tempo e muitas coisas para ler.
Use palavras técnicas com consciência
Algumas palavras técnicas e pouco conhecidas cumprem uma função importante, porque transmitem a informação de forma rápida e precisa. Quando for importante usar o termo técnico, tente explicá-lo logo depois, na primeira vez que ele aparece no texto.
É preferível inserir as definições no meio do texto, porque assim quem lê não precisa ir e voltar entre seções para entender a mensagem. Mas, se você precisar usar várias definições, você pode inserir uma seção de glossário na sua publicação. Nesse caso, não inclua definições de termos que você não usou.
Ao escrever a explicação de um termo, seja breve e insira apenas as informações que são relevantes para a sua comunicação.
Siglas
As siglas causam muitas dúvidas. A regra geral é sempre usar o termo por extenso no primeiro uso e abreviar apenas as palavras ou frases que aparecem muitas vezes no seu documento. Mas há exceções! Algumas siglas, como DNA, no contexto da ciência, e CLT, no contexto do trabalho, são amplamente utilizadas. Essas siglas não precisam de explicação na maioria dos textos, e trazê-las por extenso pode até mesmo atrapalhar a comunicação. Uma dica para saber se a sigla é de uso comum é checar se ela está no dicionário.
Mesmo quando uma sigla é conhecida ou está no dicionário, algumas pessoas podem não saber o seu significado. Saber o que significa DNA vai além de saber que a sigla surge da palavra ácido desoxirribonucleico. Por isso, considere inserir uma explicação, mesmo nesses casos, quando fizer sentido para o seu público.
Exemplos
Vamos implementar as mudanças na última etapa.
Vamos colocar em prática as mudanças na última etapa.
Ela foi admitida ao hospital com embolia pulmonar.
Ela foi admitida ao hospital com embolia pulmonar, que é o bloqueio de um vaso do pulmão.
A solicitação do serviço é gratuita. No entanto, o atendimento fica condicionado à disponibilidade orçamentária e financeira da Secretaria no atual exercício.
Você pode solicitar o serviço gratuitamente, mas a execução dependerá do orçamento disponível para a Secretaria.
Ferramentas
Bancos de palavras
CorPop – Corpus de referência do português popular do Brasil
https://www.ufrgs.br/textecc/porlexbras/corpop/lista.php ↗
Referências
Manuais e guias
- 10 dicas para escrever um documento em linguagem simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 2 páginas.
- 10 passos para usar Linguagem Simples ↗ (sem data), de ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Português. 1 página.
- Access Ability: A Practical Handbook on Accessible Graphic Design ↗ (2019), de Associação de Designers Gráficos Registrados do Canadá. Inglês. 88 páginas.
- Como usar a Linguagem Simples ↗ (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 16 páginas.
- Five Steps to Plain Language ↗ (sem data), de Center for Plain Language. Inglês.
- Fugindo do “burocratês”: como facilitar o acesso do cidadão ao serviço público ↗ (2016), de Gespública. Português. 12 páginas.
- Guia de Linguagem Simples ↗ (sem data), de 011.Lab de São Paulo. Português. 21 páginas.
- Guia de Linguagem Simples TJRS ↗ (2021), de Comissão de Inovação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Português. 108 páginas.
- Guia ÍRIS de Simplificação: Linguagem Simples e Direito Visual (2021), de ÍRIS – Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará. Português. 35 páginas.
- Guias Orientadoras (sem data), de LabX – Centro para a Inovação no Setor Público. Português. 5 páginas.
- Guía de Lenguaje Claro para Servidores Públicos de Colombia ↗ (sem data), de Departamento Nacional de Planeación. Espanhol. 52 páginas.
- Lenguaje Claro: manual ↗ (2007), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.
- Linguagem Simples na Gestão Pública ↗ (2021), de Lab.MG. Português. 69 páginas.
- Manual Judicial de Lenguaje Claro y Accesible a los Ciudadanos ↗ (2014), de Kenneth Garcés Trelles e Mariana Montes Bravo. Espanhol. 43 páginas.
- Manual Lenguaje Ciudadano (sem data), de Secretaría de la Función Pública do México. Espanhol. 80 páginas.
- Manual de estilo de lenguaje claro (2016), de Gobierno de Aragón. Espanhol. 90 páginas.
- Projeto GAIA ↗ (sem data). Português.
- Protocolo de Lenguaje Claro ↗ (2021), de Instituto Nacional de Vias da Colômbia. Espanhol. 10 páginas.
- Readability Guidelines ↗ (sem data).
- Redigir com clareza ↗ (2015), de Comissão Europeia. Português. 16 páginas.
- Écrire pour être lu ↗ (sem data), de Michel Leys. Francês. 84 páginas.
Artigos e publicações
- Technical Jargon ↗ (2023), de Kate Moran e Nielsen Norman Group. Inglês.